1. Dados Gerais
A Obra do Aproveitamento Hidroagrícola do Caia inicia-se em 1963 com o lançamento das principais empreitadas e no dia 10 de Fevereiro de 1967 efectuou-se o fecho da comporta da descarga de fundo e iniciado o enchimento da albufeira. Na origem beneficiava 7258 ha e actualmente 7210 ha numa extensão acentuadamente longitudinal de 35 km ao longo do rio Caia em Portugal e fronteira com Espanha e Guadiana só com fronteira com Espanha.
A dotação média anual é de 6840 m³/ha para a agricultura e um consumo total previsto para os Concelhos de Arronches, Campo Maior, Elvas e Monforte com uma dotação anual máxima prevista de 10 10-6m³e hoje ainda abaixo do previsto.
2. Caracterização da Obra
2.1. Parâmetros Hidrológicos
1. Precipitação efectiva
|
646.7 m/m |
2. Precipitação Eficaz
|
138.6 m/m |
3. Défice de escoamento
|
508.1 10-6m³ |
4. Coeficiente de escoamento
|
0.214 10-6m³ |
5. Escoamento médio/anual
|
70 10-6m³ |
6. Caudal de Cheia
|
1080 m³/seg |
3. Albufeira
3.1. Cota de Pleno Armazenamento - NPA |
233.90m |
3.2. Cota de Máxima Cheia - N.M.C. |
233.50m |
3.3. Folga Normal |
2.00m |
3.4. Folga para a Máxima Cheia |
1.50m |
3.5. Bacia Hidrográfica |
571 Km |
3.6. Área Inundada |
1970 Ha |
3.7. Afluência em Ano Médio |
60.9 10-6m³ |
3.8. Escoamento Médio Anual |
80.2 10-6m³ |
3.9. Capacidade Total |
203 10-6m³ |
3.10. Capacidade Morta |
10.7 10-6m³ |
3.11. Capacidade Útil |
192.3 10-6 m³ |
4. Barragem
4.1. Composição por troços de terra e de betão respectivamente com desenvolvimentos de 450 m sobre o encontro esquerdo e 499 m com 25 contrafortes
4.2. Descarregadores de Cheias
1 - Comportas |
2x10x4m |
2 - Capacidade Máxima |
430 m³/seg. |
3 - Tipo de Descarregador |
sôbre a Barragem |
4 - Cota da Crista da Soleira |
229.50m |
5 - Desenvolvimento da Soleira |
20m |
4.3. Descarga de Fundo
1 - Capacidade Máxima |
59 m³/seg. |
2 - Diâmetro da Conduta |
2m |
3 - Cota |
195.40m |
4.4. Tomada de Água
1. - Capacidade Máxima |
8.51m³/seg. |
2. - Diâmetro da Conduta |
2m |
4.5. Desenvolvimento do Coroamento 949 m
4.6. Altura
4.7. Energia e activamento orgãos de segurança
4.7.1. Descarga de Superfície constituída por duas comportas mecânicas comandadas por flutuadores, com capacidade 70m3/s
4.7.2. Descarga de fundo constituída por válvula cónica comandada por motorização elétrica e respetiva comporta de segurança com comando óleo hidráulico com capacidade de 10 m3/s
5. Estações Elevatórias
Para apoio da rede de rega por gravidade foram instaladas duas Estações Elevatórias de rega - Vale Morto e Carrascal para regar respectivamente 580 ha e 195,45 ha
5.1. Carrascal
1 - Caudal Nominal 2x120 l/s
1x60 l/s
5.2. Vale Morto
1 - Caudal Nominal 2x370 l/s
1x180 l/s
Controlo a Montante Comporta Vagão
Controlo a Jusante Válvula de Jacto Oco
Características das Estações Elevatórias
Designação |
Carrascal |
Vale Morto |
- Grupos electrobombas |
|
|
- Número de grupos .......................................... |
3 |
3 |
- Potência dos motores ..................................... |
2 x 30 CV |
2 x 110 CV |
|
1 x 20 CV |
1 x 60 CV |
- Caudal nominal das bombas ........................... |
2 x 120 l. s-1 |
2 x 370 l. s-1 |
|
1 x 60 l. s-1 |
1 x 180 l. s-1 |
- Altura manométrica ....................................... |
11,5 m |
16,5 m |
- Posto de transformação |
|
|
- Potência .......................................................... |
75 kVA |
315 kVA |
- Relação de transformação .............................. |
6 000 V/400 V |
30 000 V/400 V |
- Consumo médio anual de energia ...................... |
55 700 kWh |
256 400 kWh |
6. Sistemas de Telegestão
6.1. Central Hidroeléctrica
6.2. Estações Elevatórias
6.3. Distribuidores
7. Elementos de Distribuição
7.1. Rede Primária/3 Canais |
40.500 m |
7.2. Rede Secundária/8 Distribuidores |
33.579 m |
7.3. Regadeira |
164.632 m |
7.4. Reservatórios Estabilizadores |
|
Elementos Relativos aos Canais, Distribuidores e Regadeiras
Designação
|
Desenvolvimentos (m) |
Áreas dominadas (há) |
Caudais (m . s –1) |
- REDE PRIMÁRIA |
|
|
|
- Canal condutor Geral .......................................... |
6 500 |
20 |
8,510 |
- Canal de Elvas ...................................................... |
22 900 |
4 460 |
5,130 |
- Canal de Campo Maior ........................................ |
11 100 |
2 920 |
3,360 |
Somas ........................................ |
40 500 |
7 400 |
|
|
|
|
|
- REDE SECUNDÁRIA |
|
|
|
- Com origem no canal de Elvas |
|
|
|
- Distribuidor das Barrancas ................................ |
490 |
290 |
0,340 |
- Distribuidor do Carrascal .................................. |
2 212 |
195 |
0,230 |
- Distribuidor da Comenda ................................... |
1 992 |
380 |
0,440 |
- Distribuidor da Fronteira .................................. |
4 244 |
816 |
0,940 |
- Distribuidor da Gramicha ................................. |
4 096 |
79 |
0,370 |
|
|
|
|
- Com origem no canal de Campo Maior |
|
|
|
- Distribuidor da Godinha ...................................... |
6 575 |
614 |
0,710 |
- Distribuidor da Madrugueira ............................... |
682 |
168 |
0,200 |
- Distribuidor de Campo Maior .............................. |
13 288 |
580 |
0,670 |
Somas ............................................. |
33 579 |
3 122 (*) |
|
|
|
|
|
- REGADEIRAS |
|
|
|
- Do Canal Condutor Geral .................................... |
1 447 |
20 |
|
- Do Canal de Elvas ................................................ |
56 031 |
2 589 |
|
- Dos Distribuidores do Canal de Elvas ................. |
30 177 |
1 681 |
|
- Dos Canal de Campo Maior ................................ |
45 498 |
1 475 |
|
- Dos Distribuidores do Canal de Campo Maior ... |
31 479 |
1 362 |
|
Somas ............................................. |
164 632 |
7 127 (*) |
|
8. Colectores de Enxugo 40.7km
1. Colector do Vale Morto |
5 447 m |
2. Colector dos Foros da Godinha |
8 067 m |
3. Colector da Godinha |
11 284 m |
4. Colector da D. Joana |
3 763 m |
5. Colector do Melo |
3 118 m |
6. Colector da Comenda |
1 968 m |
7. Colector das Caldeiras |
1 683 m |
8. Colector do Monte Campo |
2 443 m |
9. Colector de Alagada a D. Joana |
2 938 m |
|
40 711 m |
9. Solos
9.1. Várzeas de textura franco arenosa, óptimo coeficiente de infiltração, boa drenagem
9.2. Barras vermelhas calcárias de textura franco argilosa, bom coeficiente de infiltração e normal drenagem
9.3. Zonas na margem esquerda do rio Caia com ligeira textura, baixa taxa de infiltração, de eficiente drenagem
10. Estrutura Fundiária
É variável e projecta-se de pequena propriedade em maior número e menor área para a grande propriedade em menor número com mais área.
11. Concepção da Obra
11.1. Assenta no fornecimento de água por gravidade inicialmente em períodos anuais de 6,5 a 7 meses devido à duração de manutenção e conservação de canais e actualmente, devido à impermeabilização daqueles o fornecimento processa-se em 11 meses permitindo culturas de outono/inverno impeditivas anteriormente
11.2. 80% nos dias de hoje rega por pressão de iniciativa privada
12. Ocupação média anual da área regada e culturas predominantes
Períodos |
% |
Tipo de Rega |
Culturas Dominantes |
Dotações de Rega m³/ha |
Unidades Fabris |
Manual e Telegestão
|
1ª Década 1969/1978 |
54 |
Gravítica |
Tomate |
6 000 |
2 |
Manual |
2ª Década 1979/1988 |
51 |
Gravítica |
Tomate Arroz |
6 000 14 000 |
1 |
Manual |
3ª Década 1989/2008 |
74 |
Gravítica e Pressão |
Milho Girassol Tomate Beterraba |
8 500 3 000 6 000 7 000 |
______ |
Telegestão e Manual |
4ª Periodo 2009/2011 |
76 |
Pressão e Gravítica |
Olival Milho Tomate Pomar Horto- Indust. |
3 000 8 000 6 000 8 000 3 000 |
_______ |
Telegestão e Manual |
Obs. Nos últimos 3 anos a área total regada considerando também a de titulo precário aproxima-se dos 9 000 ha
13. Taxa de Exploração e de Conservação
13.1. Água
I. Área Beneficiada |
0.0189€/m³ |
II. Área a Titulo Precário |
0.02725€/m³ |
13.2. Solos de Aptidão ao Regadio
1ª Classe |
56.364 €/ha |
2ª Classe |
45.141 €/ha |
3ª Classe |
36.342 €/ha |
14. Objectivos
1. Uso racional da água
2. Ações de conservação do ambiente
3. Prestação de serviço de qualidade ao agricultor
4. Aplicação das técnicas mais actualizadas na distribuição e fornecimento de água
5. Manutenção, conservação e melhoria da Obra
6. Aproveitamento da energia endógena através da água - instalação de Central Hidroeléctrica
15. Central Hidroeléctrica
No ano de 1992 e para aproveitamento das energias endógenas inaugura-se uma Central Hidroeléctrica das seguintes características:
A central é equipada com um sistema de automação que possibilita um regime de exploração de tipo abandonado, com telecomando a partir da sede da Associação.
A manobra das comportas a montante do canal de rega são também automatizada, sendo o respectivo funcionamento coordenado com o da turbina, por forma a ser optimizada a produção da energia eléctrica.
A potência instalada na central é de 600 kW e a energia produtível média anual é 1.500 MWh.
Características Técnicas Gerais
· Circuito hidráulico
- Conduta forçada em aço (D = 1,20 m) com o comprimento aproximado de 35 m.
- Canal de restituição em betão de secção rectangular, com a largura de 3,0 m e o comprimento aproximado de 45 m.
· Edifício semi-enterrado da central
- Compreende a sala da máquina (grupo turbo-gerador) e a sala de quadros.
· Características principais do grupo turbo-gerador
Turbina Kaplan do tipo “S” com eixo horizontal e regulação dupla. |
|
Queda |
8 a 23 m |
Caudal turbinável |
0,9 a 3 m3/s |
Velocidade de rotação |
750 r.p.m. |
Gerador do tipo assíncrono com a potência máxima de 600 kW aos terminais, tensão de 0,4 kV e factor de potência mínima de 0,85. |
· Equipamento hidro e electromecânico
- Válvula de isolamento do tipo borboleta (D = 1,20 m).
- Comporta ensecadeira de jusante.
- Transformador de potência (830 KVA).
- Quadros dos serviços auxiliares, de comando e controlo hidráulico, de automação e telecomunicações.
- Bateria de condensadores
16. Evolução das reservas hídricas ao longo dos anos de exploração
Data/ Cota/ Volume
17. Dados Metereológicos
Data Pluviosidade Acumulada Temperaturas
Minima/ Máxima